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cinco irmãs

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segunda-feira, 4 de julho de 2016

Uma carta antiga de uma Irmã a seus pais

“No dia 11 de Fevereiro, dia de Nossa Senhora de Lurdes, Deus concedeu-me uma grande alegria. 

Vi um espetáculo maravilhoso que nunca tinha visto e muito desejava ver: nevou durante toda a noite e Viseu amanheceu todo branquinho.

Era lindo olhar ao longe e ver tudo alvura. Até as árvores sem folhas, pareciam agora lindos ramos de grinaldas. Tanto parecia realidade, que até dava a tentação de os ir cortar e preparar grandes jarras de flores para a capela.

Passei-me pelo quintal, sem me importar o frio e as frieiras. Só pela satisfação de ver a terra tão bela vale a pena passar frio.


Queridos, pais, vou no entanto contar-vos o que o espetáculo da neve produziu no meu espírito.
Acreditam que eu, olhando pela janela aquela maravilha, acabei chorando em fio, lágrimas de muita tristeza? 

Estava agradecendo ao Bom Deus por me ter dado aquela alegria e senti como que Ele me dizia: «Sabes que Eu não posso ter a alegria de olhar para o mundo e ver esta brancura nas almas? Há algumas, mas são tão poucas em comparação do número daquelas que se afundam na lama do pecado»!!!

Pela minha mente começaram a desfilar tantas coisas que afeiam tantas almas e o ambiente quase geral da pobre Humanidade! 

Como deve ofender a pupila divina tanta imundície!!!

Porque as almas não amará a verdadeira Beleza e não procurarão estar tão belas como hoje a natureza?

Porque não daremos a Deus a felicidade, de poder sorrir de encanto contemplando a Humanidade?

E tive vontade de ir pelo mundo inteiro lançando um grito: Moças, vinde comigo para o mosteiro, consolar um Deus aflito. Vinde partilhar comigo este anelo de que as almas se elevem, de que o mundo seja mais belo!

Meus pais, eu até gostaria de expressar a meus sentimentos com uma bela poesia que depois espalharia a milhares. Mas sinto-me sem capacidade para isso; seria mesmo estragar, com um jeito que os não saberia explicar bem. Mas acho que nunca mais vou esquecer a alegria, transformada em tristeza, desse dia. Essa espécie de gemido de Deus que reacendeu em mim o desejo de O consolar.

Aliás, como penso ter-vos dito já alguma vez, foi esse o motivo principal que me levou a entrar para o convento: Consolar o Senhor, sacrificando-me pela conversão dos pecadores.

Deus grita-nos: Ajudem-me a salvar os meus filhos!

Uma irmã

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